domingo, 2 de maio de 2010

(Lição 14) Corrie ten Boom: exemplo de fé, coragem e perdão


Seu amor por Cristo a impeliu a esconder e salvar a vida de muitos judeus; sua coragem a fez sobreviver ao campo de concentração; e sua fé a constrangeu a perdoar seus perseguidores e a pregar o perdão pelo mundo

Corrie ten Boom nasceu em 15 de abril de 1892 em uma família cristã reformada, em Amsterdã, Holanda. Era a mais nova de quatro irmãos. Poucos meses depois do seu nascimento, sua família mudou para Haarlem.

Casper ten Boom, seu pai, era um relojoeiro. Sua mãe morreu de um ataque cardíaco aos 63 e sua irmã mais velha, Elisabeth (Betsie) havia nascido com uma anemia perniciosa. Willem, irmão delas, graduado em uma escola teológica, afirmava que se a Holanda não tomasse uma atitude, ela cairia sob os nazistas.

Em 1927, na faculdade teológica, como preparação para sua ordenação, Willem escreveu uma dissertação sobre anti-semitismo racial. Era casado e pai de quatro filhos. Sua filha mais nova, Nollie, casou com um professor e teve seis filhos.

Corrie e Betsie nunca se casaram. Corrie começou a aprender relojoaria em 1920 e, em 1922 tornou-se a primeira mulher relojoeira licenciada na Holanda.

Família ten Boom (Corrie à extrema direita)

Atividades no Holocausto
Em 1940, os nazistas invadiram a Holanda e, em 1942, Corrie e sua família tornaram-se ativos na resistência holandesa, escondendo refugiados em sua casa, na rua na Barteljorisstraat 19, em Harlem, Holanda. Dessa forma, eles viriam livrar muito judeus da morte certa nas mãos da SS nazista.

A devota família cristã dos ten Boom era conhecida pela sua atitude prestativa para com todos, com relação aos judeus isso foi ainda mais acentuado pelo reconhecimento dos ten Boom da importância do povo judeu nas Escrituras e na fé cristã. Os ten Boom chegavam a se preocupar em providenciar comida kosher e respeitar o Sabá.

Escondendo refugiados
Em maio de 1942, uma mulher muito bem vestida chegou à porta dos ten Boom com uma pasta na mão. Nervosamente, ela disse que era judia, que seu marido havia sido preso meses antes e seu filho tinha ido se esconder na casa de Corrie ten Boom. Autoridades da ocupação haviam recentemente a visitado e ela temia retornar para casa. Após ouvir que eles tinha ajudado os Weils, a mulher perguntou se poderia ficar com eles. Corrie e seu pai prontamente concordaram. Devotado leitor do Velho Testamento, Casper ten Boom acreditava que os judeus eram de fato o "povo escolhido" e disse à mulher que em sua casa "o povo de Deus era sempre bem-vindo".

Assim começou "o refúgio secreto", ou "de schuilplaats", como era conhecido em holandês (também conhecido como "de BéJé", em referência à rua onde ficava o esconderijo Barteljorisstraat).

O "refúgio secreto"
À direita, casa da família ten Boom
À esquerda, uma das paredes onde escondiam os refugiados

Corrie e sua irmã começaram a receber refugiados, alguns dos quais eram judeus, outros, membros da resistência procurados pela Gestapo e sua contrapartida holandesa. Havia diversas salas extras na casa, mas a comida era escassa devido aos tempos de guerra. Cada holandês não judeu recebia um cartão de racionamento com o qual poderia procurar cupons semanais e trocá-los por comida.

Corrie conhecia muitos em Haarlem, graças ao seu trabalho de caridade e lembrou-se de uma família que tinha uma filha deficiente. Por cerca de vinte anos, Corrie ten Boom conduziu um programa especial na igreja para crianças deste tipo e assim, conhecia a família. O pai era um civil encarregado do escritório local que controlava os cartões de comida. Uma noite ela, sem aviso, foi à casa deste homem e ele parecia saber o porquê. Quando ele perguntou quantos cartões ela precisava, "eu abri minha boca para dizer cinco", ten Boom escreveu no "O Refúgio Secreto". "Mas a quantia que inesperada e espantosamente saiu foi. "Cem".

Por volta do meio-dia e trinta do dia 28 de fevereiro de 1944, os alemães prenderam toda a família ten Boom, com a ajuda de um informante holandês (mais tarde a família ten Boom ira descobrir que o nome do informante era Jan Vogel). Eles foram enviados para a prisão de Scheveningen (onde o pai de Corrie morreu dez dias após a prisão), em seguida para o campo de concentração Vught (ambos na Holanda), e finalmente para o campo de Ravensbrück, na Alemanha. Era setembro de 1944.

Mulheres trabalhando no Campo de Concentração de Ravensbrück

Foi no campo Ravensbrück que Betsie, a irmã de Corrie, morreu. Antes de morrer ela diria a Corrie "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo".

Corrie foi solta um dia após o Natal de 1944. No filme "O Refúgio Secreto", ten Boom narra o episódio de sua saída do campo de concentração, contando que mais tarde ela soube que sua soltura havia sido um erro burocrático. As prisioneiras de sua idade no campo foram todas mortas uma semana após sua libertação.

Mulheres e crianças judias do Campo de Concentração de Ravensbrück
(as mulheres desta foto foram mortas, já as crianças são algumas das poucas que sobreviveram)

Pós guerra
Após a guerra, Corrie ten Boom retornou à Holanda para estabelecer centros de reabilitação. Ela voltou à Alemanha em 1946 e passou muitos anos de ensino itinerante por mais de sessenta países se seguiram, durante os quais ela escreveu diversos livros.

Ten Boom narrou a história de sua família e seu trabalho durante a II Guerra Mundial em seu livro mais famoso "O Refúgio Secreto" (1971), o qual foi transformado em filme pela World Wide Pictures em 1975. O livro e o filme deram contexto à história de Anne Frank, que também esteve em um esconderijo na Holanda durante a guerra.

"O Refúgio Secreto" - livro e DVD

Em 1977, ten Boom, aos 85 anos, mudou-se para Orange (Califórnia). Sucessivos problemas de saúde em 1978 reduziram sua capacidade de comunicação e deixaram-na inválida. Em 15 de abril de 1983, no dia do seu 91 aniversário, ela veio a falecer.

Legado
Ten Boom registrou sua autobiografia no livro O Refúgio Secreto, que posteriormente foi adaptado para o cinema em um filme com o mesmo nome.

Em dezembro de 1967, Ten Boom foi honrada com a inclusão de seu nome nos "Justos entre as Nações" pelo Estado de Israel. Ela foi homenageada pelo Estado de Israel pelo seu trabalho em auxílio ao povo judeu e foi convidada a plantar uma árvore na Alameda dos Justos, em Yad Vashem, próximo a Jerusalém. Em 2007, seu pai e sua irmã Elisabeth receberam a mesma honraria.

Ten Boom foi homenageada pela Rainha da Holanda em reconhecimento ao seu trabalho durante a guerra e um museu em homenagem a ela e sua família foi criado na cidade de Haarlem.

O rabino Daniel Lapin, que espantou-se ao tomar conhecimento da história de Corrie apenas na idade adulta, lamenta o desconhecimento por parte da comunidade judaica americana assim como o descaso do Museu Memorial do Holocausto de Washington em relação ao trabalho em favor dos judeus realizado pela família Ten Boom.

Visão religiosa
Seus ensinamentos eram focalizados no evangelho cristão, com ênfase no perdão. Em seu livro Tramp for the Lord (1974), ela narra a história de como, após estar ensinando na Alemanha, em 1947, ela se aproximou de um dos mais cruéis guardas de Ravensbrück. Ela estava relutante em perdoá-lo, mas orou para que conseguisse fazê-lo. Conforme ela escreveu: “Por um longo momento, nós tocamos nossas mãos, o ex-guarda e a ex-prisioneira. Eu jamais havia conhecido o amor de Deus tão intensamente quanto naquela hora.”

Na mesma passagem, ela escreve também que, em sua experiência do pós-guerra com outras vítimas da brutalidade nazista, aqueles mais capazes de perdoar foram os que mais facilmente puderam reconstruir suas vidas.

Corrie apareceu em muitos programas de televisão cristãos narrando sua experiência com o Holocausto, perdão e amor de Deus.

Fonte: Texto extraído e adaptado de Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um comentário:

  1. A familia Ten Boom,como disse Btsie ten boom,Alcançou o BEM MAIOR,a vida ETERNA,Parabéns pelo exemplo de vida e DESFRUTE,marecidamente do BEM MAIOR que tanto vocês amaram!
    E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. Apocalipse 21:4

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